Como desfazer commits e alterações

Cada commit tem um hash de identificação exclusivo SHA-1. Esses IDs são usados para percorrer o cronograma que já passou por commit e revisitar commits. Por padrão, git log vai mostrar apenas os commits para a ramificação selecionada no momento. É possível que o commit que você está procurando esteja em outra ramificação. Você pode ver todos os commits em todas as ramificações executando git log --branches=*. O comando git branch é usado para conferir e visitar outras ramificações. Ao invocar o comando, git branch -a vai retornar uma lista de todos os nomes conhecidos de ramificações. Um desses nomes de ramificações pode, então, ser registrado usando git log .

Quando encontrar uma referência de commit ao ponto no histórico que quer visitar, use o comando git checkout para visitar esse commit. Git checkout é uma maneira fácil de “carregar” as capturas instantâneas salvas na máquina de desenvolvimento. Durante o curso normal de desenvolvimento, HEAD em geral aponta para a ramificação main ou para outra ramificação local, mas, quando você consulta um commit anterior, HEAD não aponta mais para uma ramificação — ele aponta direto para um commit. Esse estado é chamado de "HEAD desconectado" e pode ser visualizado como a seguir:

Este exemplo supõe que você começou a desenvolver um experimento maluco, mas você não tem certeza se quer mantê-lo ou não. Para ajudá-lo a decidir, você quer dar uma olhada no estado do projeto antes de começar o experimento. Primeiro, é necessário encontrar o ID da revisão que você quer ver.

Existem, tecnicamente, várias estratégias diferentes para "desfazer" um commit. Os exemplos a seguir pressupõem que temos um histórico de commit que se parece assim:

Utilizando o comando git checkout, podemos dar checkout no commit anterior, a1e8fb5, colocando o repositório em um estado antes do commit louco acontecer. Ao dar checkout em um commit específico, você colocará o repo em um estado "HEAD desvinculado". Isso quer dizer que você não está mais trabalhando em nenhuma ramificação. Em um estado desvinculado, qualquer novo commit feito ficará órfão quando você mudar ramificações de volta a uma ramificação estabelecida. Commits órfãos serão excluídos pelo coletor de lixo do Git. O coletor de lixo executa em um intervalo configurado e destrói permanentemente commits órfãos. Para evitar que commits órfãos sejam coletados como lixo, precisamos garantir que estamos em uma ramificação.

No estado HEAD desconectado, a gente pode executar git checkout -b new_branch_without_crazy_commit. Assim, uma nova ramificação denominada new_branch_without_crazy_commit vai ser criada e alterada para esse estado. O repositório, agora, está em um novo cronograma do histórico em que o commit 872fa7e não existe mais. Você pode continuar trabalhando nessa nova ramificação em que o commit 872fa7e não existe mais e considerar o commit como "desfeito". Se você precisar da ramificação anterior e ela for a main, essa estratégia de "desfazer" não é apropriada. Confira com a gente algumas outras estratégias sobre como "desfazer". Para mais informações e exemplos, confira a discussão aprofundada sobre git checkout.

Vamos supor que estejamos de volta ao nosso exemplo de histórico de commit original. O histórico que inclui o commit 872fa7e. Desta vez, vamos tentar reverter um "desfazer". Se executarmos git revert HEAD, o Git criará um novo commit com o inverso do último commit. Isso adiciona um novo commit ao histórico de ramificação atual e agora o faz parecer assim:

Seguindo essa estratégia para desfazer algo, a gente vai dar continuação ao exemplo de trabalho. O git reset é um comando extenso com vários usos e funções. Se executar o git reset --hard a1e8fb5, o histórico de commit é redefinido para aquele commit específico. Ao examinar o histórico de commit com o git log, o texto vai aparecer assim:

Na seção anterior, a gente falou sobre as diferentes estratégias para desfazer commits. Todas essas estratégias podem ser aplicadas ao commit mais recente também. Contudo, em alguns casos não é preciso remover ou redefinir o último commit. Talvez essa ação tenha sido prematura. Neste caso, você pode corrigir o commit mais recente. Depois de ter feito mais alterações no diretório de trabalho e ter preparado elas para o commit usando git add, você pode executar git commit --amend. Assim o Git vai abrir o editor de sistema configurado e deixar você modificar a última mensagem de commit. As novas alterações vão ser adicionadas ao commit corrigido.

Antes que as alterações passem por commit no histórico do repositório, elas estão presentes no índice de staging e no diretório de trabalho. Talvez seja necessário desfazer alterações nessas duas áreas. O índice de staging e o diretório de trabalho são mecanismos de gerenciamento de estado do Git internos. Para saber mais informações sobre como esses dois mecanismos funcionam, visite a página git reset, que tem uma discussão aprofundada deles.

O diretório de trabalho em geral está em sincronia com o sistema de arquivos local. Para desfazer as alterações no diretório de trabalho, você pode editar arquivos como costuma fazer no seu editor favorito. O Git tem alguns utilitários que ajudam a gerenciar o diretório de trabalho. Há o comando git clean, que é um utilitário de conveniência para desfazer alterações no diretório de trabalho. Há também o git reset, que pode ser invocado com as opções --mixed ou --hard, para aplicar uma redefinição ao diretório de trabalho.

O comando git add é usado para adicionar alterações ao índice de staging. O principal uso do git reset é para desfazer as alterações do índice de staging. Uma redefinição --mixed vai mover qualquer alteração pendente do índice de staging de volta para o diretório de trabalho.

Ao trabalhar em uma equipe com repositórios remotos, devem ser feitas considerações extras ao desfazer alterações. Git reset deve ser considerado em geral como um método desfazer "local". Uma redefinição deve ser usada ao desfazer alterações para uma ramificação privada. É uma maneira segura de isolar a remoção de commits de outras ramificações que podem estar em uso por outros desenvolvedores. Surgem problemas quando uma redefinição é executada em uma ramificação compartilhada e essa ramificação é, então, enviada em contexto remoto com git push. O Git vai bloquear o envio neste cenário alegando que a ramificação que está sendo enviada está desatualizada em relação à ramificação remota uma vez que há commits ausentes.

O melhor método para desfazer um histórico compartilhado é o git revert. Um revert é mais seguro que um reset, pois não remove commits de um histórico compartilhado. Um revert manterá commits que você deseja desfazer e criará um novo commit que inverte o commit indesejado. Este método é mais seguro para colaboração remota compartilhada, pois um desenvolvedor remoto pode, então, fazer o pull da ramificação e receber o novo commit revert que desfaz o commit indesejado.

A gente abordou muitas estratégias de alto nível para desfazer coisas no Git. É importante lembrar que há mais de uma maneira de "desfazer" em um projeto Git. Em geral, este artigo abordou tópicos complexos, que são explicados mais a fundo em páginas específicas dos comandos relevantes do Git. As ferramentas de "desfazer" mais usadas são git checkout, git revert e git reset. Alguns dos principais pontos a serem lembrados são:

• Uma vez que o commit tenha sido feito nas alterações, eles, geralmente, são permanentes
• Utilize git checkout para mudar de lugar e revisar o histórico de commit
• git revert é a melhor ferramenta para desfazer alterações públicas compartilhadas
• git reset é usado melhor para desfazer alterações privadas locais

Além dos comandos de desfazer primários, foram observados outros recursos Git: git log para encontrar commits perdidos, git clean para desfazer alterações não confirmadas e git add para modificar o índice de staging.

Cada um desses comandos tem sua própria documentação detalhada. Para saber mais sobre um comando específico mencionado aqui, visite os links correspondentes.