Gerenciamento de produto ágil

Um pouco de história

Um líder de produto deve ser tão inspirador quanto prático, e comunicar é a ferramenta de escolha. Pelas entrevistas com clientes e pesquisas de mercado, os gerentes de produtos aprendem mais sobre o cliente do que até mesmo os vendedores. Eles usam suas capacidades de comunicação para compartilhar a perspectiva com toda a empresa.

Marketing

O foco no cliente do gerenciamento de produtos também mostra os esforços de marketing. Em vez de seguir a marca e usar técnicas estabelecidas, as equipes de gerenciamento de produtos (muitas vezes incluindo os gerentes de marketing de produtos) integram a linguagem dos clientes na mensagem de seu produto. Além disso, o conhecimento do cenário competitivo e a capacidade de se destacar e se diferenciar proporcionam vantagens a longo prazo. Entender conceitos básicos de posicionamento e marketing ajudará os gerentes de produtos a fornecer produtos que as pessoas possam encontrar e se relacionar.

Empatia

O último aspecto central do gerenciamento de produto é a empatia — empatia pelos desenvolvedores e como eles trabalham, empatia pelo cliente e suas dificuldades e até mesmo empatia pelo gerenciamento superior, que concilia metas agressivas e agendas impossíveis. Essa habilidade na empatia, desenvolvida pela imersão e pelo entendimento de cada grupo e parte interessada, separa as equipes de produto que conseguem unir a empresa em torno das metas comuns daquelas que não conseguem.

A história do gerenciamento de produtos

O gerenciamento de produtos foi criado durante a Grande Depressão, quando um especialista em marketing de 27 anos propôs a ideia de um "homem de marca" — um funcionário para gerenciar um produto específico em vez de uma função de negócios tradicional. Desde a década de 1930, o sucesso contínuo dessa função levou ao crescimento de empresas de produtos em todos os setores e todas as localizações geográficas.

• 1931 — Neil H. McElroy, gerente de marketing na Proctor & Gamble, escreveu um memorando de 300 páginas sobre a necessidade de "homens de marca" para o gerenciamento de produtos específicos.
• Final da década de 1930 — McElroy é um orientador na Stanford University, onde influencia dois jovens visionários: Bill Hewlett e David Packard.
• 1943-1993 — Hewlett-Packard sustentou por 50 anos 20% de crescimento Y/Y ao implementar a filosofia "homem de marca" em sua nova empresa.
• Final da década de 1940 — a Toyota desenvolveu os princípios de fabricação JIT, posteriormente adotados pela Hewlett-Packard.
• 1953 — a Toyota desenvolveu o método kanban.
• Década de 1970 — as empresas de tecnologia nos EUA começam a desenvolver processos leves, em oposição aos processos complicados que surgiram com o setor de produção.
• Década de 1980 — o desenvolvimento de processos ágeis, combinado com grande aceitação das funções de "gerenciamento de marca", passa a ser usado por muitas empresas de software e tecnologia.
• 2001 — o Manifesto Ágil foi elaborado e, em grande parte, acabou com a fragmentação entre departamentos e com processos desatualizados para dar espaço a uma função unificada de gerenciamento de produtos.

Funções do gerenciamento de produto: o gerente de produto e além

Em alguns casos, o gerenciamento de produto para um produto, ou uma família de produtos, é feito por um único gerente de produto. Essa pessoa deve ter muita proficiência em pelo menos uma das áreas relacionadas ao gerenciamento de produto, bem como ter paixão ou fluência em relação às outras áreas. Essas características são manifestadas, muitas vezes, em um destes dois casos: um profissional de marketing de negócios experiente com paixão por uma experiência incrível do usuário e conhecimento da linguagem técnica, ou um líder de desenvolvimento técnico que entende o produto tão bem que pode começar a direcionar sua criação. Essas pessoas são tão raras e valiosas que o gerenciamento de produto agora comanda os salários mais altos em toda a área de tecnologia.

Como é muito difícil encontrar pessoas fluentes nas duas áreas, muitas vezes o gerenciamento de produtos realizado por um pequeno grupo de especialistas. Na Atlassian, a gente formou uma tríade, na qual líderes dos setores de desenvolvimento, design e negócios trabalham juntos na estratégia do produto. Os PMs, PMMs e muitas outras funções, descritas abaixo, dão suporte a essa tríade:

• Executivo de produtos (CPO) - lidera a função de produtos em um nível organizacional. Garante que cada produto seja verificado por PMs capacitados e suas equipes.
• Proprietário do produto - com uma função mais ativa no desenvolvimento do produto ao gerenciar a lista de pendências da equipe de engenharia e sua comunicação com outras partes interessadas.
• Gerente de marketing de produto (PMM) - melhora a habilidade da equipe de produto de alcançar o cliente e aprender com ele por meio de campanhas de marketing personalizadas para o produto e dos dados coletados.
• Pesquisador de experiência do usuário - a experiência do usuário (UX) é uma das responsabilidades centrais do PM, mas um pesquisador de experiência do usuário dedicado, que estuda o comportamento do usuário e faz recomendações de usabilidade, é uma ótima adição a qualquer equipe de produto.

Como não há um percurso claro no gerenciamento de produtos, muitos candidatos voltam o foco mais para as principais competências do cargo. Por exemplo, estudei Gerenciamento de informações, um curso novo da Universidade do Colorado, Boulder. Fiz disciplinas de gerenciamento de negócios e ciência de computação com a meta de saber falar as duas "línguas" e unir a comunicação desses dois mundos. Habilidades similares que devem ser consideradas seriam a análise de dados (especificamente, SQL), gerenciamento de projeto ágil e estratégia. Essas habilidades de gerenciamento de produto são ativamente divulgadas por cursos de codificação, universidades e eventos de desenvolvimento profissional no mundo todo, provando que o gerenciamento de produto veio para ficar.

O que é o gerenciamento de projeto ágil?

No desenvolvimento de software ágil, o gerenciamento de produto é a orientação de um produto por múltiplas iterações. Como os programas ágeis são mais fluidos do que as abordagens tradicionais, o gerenciamento de produto ágil é uma abordagem mais flexível.

Um dos principais conceitos do método ágil é que o escopo de um projeto é fluido, enquanto os recursos permanecem os mesmos. Assim, no gerenciamento de produtos ágeis, a equipe passa menos tempo definindo o produto com antecedência e está aberta a alterações ao longo do caminho. O produto une uma iteração por vez, permitindo que os dados do cliente e as retrospectivas da equipe sejam direcionados para a próxima etapa. Assim, o gerenciamento de produto ágil é mais sobre orientar a equipe de desenvolvimento pelos ciclos, mantendo a visão do produto e integrando o insight do cliente ao longo do caminho.

Os gerentes de produto ágeis são mais integrados nas equipes de tecnologia do que nas equipes de negócios. Na Atlassian, nossos PMs trabalham diretamente com a organização de engenharia e, acima de tudo, dão suporte às equipes de desenvolvimento. Isso é fundamental para a abordagem ágil da Atlassian. Os PMs têm suporte das equipes de gerenciamento e dos PMMs para seguir as instruções do produto e fundamentar sua prática nos dados de mercado e nos objetivos de negócios. Essa organização trabalham bem para a Atlassian, mas não consegue fazer tudo sozinha. Muitas equipes podem ter êxito fazendo exatamente o oposto.

Previsão do futuro do gerenciamento de produtos

O que é gestão de produto? O gerenciamento de produtos é uma atividade multidisciplinar que é tão fugaz quanto simples. Os gerentes de produto ganham empatia para o cliente e comunicam suas necessidades à organização de modo mais amplo. Eles trabalham junto com as equipes de desenvolvimento, mas também precisam de aprovação dos setores de marketing, design e gerenciamento. O ponto especial é a capacidade de entender e se comunicar com muitas pessoas que falam diferentes línguas.

Minha esperança em relação ao gerenciamento de produtos é ter menos gerentes de produtos e que sejam melhores em suas funções. Assim que o gerenciamento de produto ágil se tornou importante, todos os produtos passaram a precisar de um PM, e cada PM passou a precisar de um PO, que precisou de um PMM, e todos são gerenciados por um CPO. Essa proliferação criou funções sobrepostas e adicionou mais processos do que progresso.

Na realidade, o futuro do gerenciamento de produto depende dos gerentes de produtos. É possível usar esses artigos para obter inspiração, mas esperamos que você assista essas aulas e tenha suas próprias conclusões. Avante!